Olá, meu nome é Milene Aparecida Padilha Galvão, eu sou historiadora, sou graduada e mestra em história aqui pela Universidade estadual do centro-oeste do campus de Irati aqui no Paraná a Unicentro e eu atuo dentro do movimento aprendiz da sabedoria desde o ano de dois mil e nove, desde dezembro de dois mil e nove.
Então já faz mais de uma década que eu acompanho o movimento das benzedeiras e que pra mim é uma honra fazer parte de movimento tão especial e tão singular não apenas aqui na nossa região, mas que a partir das suas ações tem tomado proporções gigantescas. E o movimento aprendiz da sabedoria ou o movimento das benzedeiras como é conhecido por aqui ele surge em dois mil e oito a partir dos sobre as construções dos povos e comunidades tradicionais mais especificamente os povos dos faxinais e é dentro das discussão dos povos tradicionais que surge o Movimento Aprendizes da Sabedoria e todo o processo de mapeamento social dos ofícios tradicionais.
O processo de mapeamento social dos ofícios tradicionais e das benzedeiras propriamente dito, é um processo muito enriquecedor, porque a partir dele é permitido a gente conhecer uma cultura que está aí diariamente no nosso cotidiano, pelo menos pra nós aqui da região centro-sul do Paraná e que acreditava-se que era alguns ofícios que não existiam mais como benzedeiras,benzedores, parteiras, rezadeiras e com o mapeamento nós vimos desde dois mil nove que é uma cultura que tá crescendo e as pessoas estão procurando, que é muito importante, tanto a um mais de uma década atrás, quanto agora.
Se vocês tiverem mais interesse em conhecer o mapeamento dos ofícios tradicionais de cura, o processo que originou o movimento aprendiz da sabedoria, eu indico pra vocês que sigam as nossas redes sociais, temos o Movimento Aprendiz da Sabedoria no Instagram e no Facebook é aprendiz da sabedoria, um perfil e também temos uma página.
Eu estou aqui pra falar pra vocês como foi importante as práticas das benzedeiras e tudo aquilo que elas representaram nesses dois anos de pandemia que foi o momento em que nós tivemos que nos recolher para dentro das nossas casas e da fé dar um novo sentido pras nossas vidas. As benzedeiras foram um símbolo não apenas de resistência, mas um símbolo de fé e de que a gente pode na fé encontrar motivos pra seguir adiante.
Além de nós termos um movimento muito forte e que respaldou o dom de cada benzedeira de cada benzedor, de cada costureira, machucadura e rendidura de cada parceira, de cada romeiro de São Gonçalo, nós temos um movimento que num período muito difícil, que foram esses dois últimos anos, elas continuam em movimento, elas não pararam, embora todas as nossas reuniões, os nossos encontros físicos, presenciais, eles não pudessem existir, houve através da tecnologia, através de todo cuidado do uso da máscara e do álcool, uma ressignificação de tudo aquilo que as brasileiras representam nos últimos dois anos e participamos seis ou sete.
Pelas redes sociais, movimento foi premiado por três vezes em dois prêmios no projeto e trajetórias de vida e um nesse projeto em que a gente tá fazendo esses vídeos pra plataforma então essas premiações mostram o quanto é importante o movimento se ressignificar, ressurgir exatamente como a Fênix. O movimento ressurge a partir de um novo contexto, a partir de uma doença que vem que é invisível.
Mas que nos tranca dentro de casa e que somente a fé e as práticas de cura, das práticas tradicionais a gente pode dar um novo sentido pra vida. Vocês podem entrar em contato, seja através das redes sociais ou através dos nossos WhatsApp. Podem vir nos conhecer e eu acredito que vai ter um dois mil e vinte e dois muito mais esperançosos. Com a fé de que a gente possa presencialmente. Um abraço a todos e todas e até mais.
Relato de Milene Galvão, produzido pelo Instituto de Educadores Populares para o 2º Edital de Fomento da Memória Popular da Pandemia