“Meu esposo está privado de liberdade e eu não tinha notícias dele”

Memória de Patrícia dos Santos Machado

Designer de unhas - Várzea Grande, MT
O

Olá, bom dia, me chamo Patrícia e meu esposo encontra-se privado da liberdade e na época da epidemia foi difícil. Porque foi desesperador a gente não tinha notícia a gente tinha vídeo chamada onde era difícil a gente conseguir fazer.

A gente não obteve a situação dos agentes penitenciários, que eles falavam que era coisa do Estado, então não foi fácil, né? Tiraram a comida, tiraram tudo, todos sabem que a comida que vem não é a comida adequada, né? Não é comida de boa qualidade, porque é muita, comida pra fazer pra muitos presos, então não é fácil.

Até nessa época de agora pro retorno das visitas mesmo a gente tá com a situação privada de tá levando as coisas pra eles estarem se alimentando ou comer alguma coisa diferente, tudo isso tá sendo difícil pra nós agora na epidemia.

Sem poder ver meu marido

E em questão assim dá vacina graças a Deus. Deu tudo certo, meu esposo foi vacinado, mas assim  é muito e em questão assim da epidemia também. Não foi fácil porque veio a epidemia, eu perdi o emprego, fiquei desempregada sofrendo um acidente, agora eu tive no momento agora eu tô usando joelheira. Porque não faço, várias pessoas tem passado por necessidade, fora essas pessoas que que são parente privado, que faleceu, não teve o direito de se despedir do seu próprio familiar.

Então, não foi uma, foi de dez, oitenta pessoas que perderam, os familiares não podem ver. Por estar privado. Então, tudo isso a epidemia trouxe pra nós uma situação muito difícil, uma situação que abalou todas nós. Porque não é fácil, graças a Deus minha esposo não pegou a covid mas alguns companheiros pegaram e não foram um, foram vários, então não foi fácil, então eu sou muito grata a muitas pessoas, a associação que tem nos ajudado.

Tô muito feliz e graças ao meu esposo, foi vacinado, todos os demais que estão com ele foram vacinados. Para todas as pessoas que se encontram privadas, e as pessoas que são que não são as privadas, que são do foro, rever a situação, tudo certinho porque é muito difícil, muito difícil você querer levar uma comida. Não tem condições e agora as coisas que estão voltando…

Relato de Patrícia Machado, produzido pela Associação Mais Liberdade para o 2º Edital de Fomento da Memória Popular da Pandemia

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