Trabalhava com produção de buffet saudável para festas infantis e também com turismo domiciliar no bairro de Santa Teresa no Rio de Janeiro, onde moro.
Em dezembro de 2019, com a casa cheia de hóspedes de vários países, estava muito feliz. Finalmente havia encontrado uma fórmula de atuação em meu trabalho que se equilibrava entre a baixa temporada de festas e a alta temporada de turismo local! Acreditava que 2021 poderia ser o ano da minha tão sonhada virada de mesa e conquista de estabilização profissional.
Ledo engano. Logo, com a chegada apavorante desta pandemia que nos assola até hoje, estas duas áreas foram cortadas do cenário econômico atual. Assim, sem festejos familiares para produzir e sem poder receber turistas dentro de minha casa, me vi com o chão aberto e sem perspectivas de um retorno.
Mas consegui sobreviver financeiramente a este terrível ano com a estratégia de viver um dia de cada vez. Para tanto, contei com o tão batalhado auxílio governamental para garantir o básico do estrutural da vida e com apoio solidário de família e amigos.
É preciso se reinventar
Também voltei a fazer bolos e quitutes sob encomenda. Sigo tentando entender como me reinventar num cenário de milhões de novos desempregados, milhares de negócios fechando e a negativa do nosso desGoverno Federal de prosseguir dando assistência governamental a quem perdeu sua fonte de renda.
Sinto falta de minha empresa, não apenas porque ela gerava minha própria subsistência, mas porque a cada festa produzida, outras sete pessoas, no mínimo, entre cozinheira, auxiliar, garçons, fretista e faxineira se somavam a mim e formávamos uma equipe potente para realizar nosso trabalho feito com competência, garra e amor. Bons tempos…
Enfim, escrevo esse relato em dezembro de 2020. Mas 2021 se aproxima com suas incertezas de braços abertos para nos receber. Não me sinto mais feliz, mas me sinto viva e sigo lidando com uma questão de cada vez para conseguir ir vivendo. Apesar de tudo e dos desgovernos aos quais estamos submetidos, amanhã vai ser outro dia… Acredito.
Sou Eliz, mãe solo de uma criança de 11 anos, sul-matogrossense de nascença e carioca de coração. Sou uma micro empreendedora individual, ou era…