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Familiares recuperados da Covid-19

Após quase dois anos de pandemia, trabalhando na linha de frente em um Hospital de Campanha em atendimento à Covid-19, pude vivenciar diversas histórias trágicas com a perda de familiares, porém, em contrapartida, algumas histórias de sucesso me marcaram, como a de uma paciente de 35 anos.

Resiliência em momentos conturbados

Internada por dois meses, após ser entubada, ‘traqueostomizada‘, dialisada e submetida a diversos procedimentos invasivos, conseguiu se recuperar.

Saiu da ventilação mecânica, retomou suas lembranças e retornar à sua casa, junto de seus familiares, agradecendo a toda a equipe pelos cuidados.

Nós, médicos, psicólogos e enfermeiras, vibramos por cada vitória de devolver mais uma mãe, um pai, um filho ou um irmão aos seus entes queridos. Viva a família e os familiares.


Relato produzido pela Associação Nariz Solidário para o 2º Edital de Fomento da Memória Popular da Pandemia

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“Todas as pessoas do meu quilombo estão vacinadas!”

Graças ao divino Espírito Santo inventaram a vacina e todas as pessoas do meu quilombo estão vacinadas. Não via a hora de tomar a vacina, pois nela eu tinha a esperança do fim da pandemia. Hoje, estou vacinada com as primeira e segunda doses, graças a Deus.

Não tivemos problemas para a vacina chegar até a nossa Comunidade Quilombola do Forte Príncipe da Beira, com exceção do meio de transporte para cidade mais próxima, a Costa Marquês. Porém, no meu quilombo, tem um quartel do exército com atendimento médico e, em caso de emergência, acabavam levando as pessoas nas viaturas para a cidade.

Somos uma comunidade pequena, no entanto, muito unida. Lutamos juntos pelos direitos do nosso quilombo.

Na foto, é possível ver Nucicleide da Paz dentro de casa mostrando cartão que comprova o recebimento da vacina contra a Covid-19.  Imagem acompanha o relato: "Todas as pessoas do meu quilombo estão vacinadas!"
Nucicleide da Paz apresenta comprovante do recebimento da vacina contra a Covid-19

Com a chegada da pandemia, as crianças ficaram sem estudar. Os pequenos não podiam sair de casa. E o medo da infecção é uma das coisas mais ruins trazidas pela Covid-19. Tivemos que aprender e a lidar com a doença, que mostrou que para morrer infectado é indiferente ser rico, pobre, negro ou branco.

Acredito que aprendemos amar, ter mais respeito e compreensão com o próximo, pois não sabíamos o que seria do amanhã.

Não há mais casos de Covid no meu quilombo

Não há nenhum caso de Covid-19 na minha comunidade e, graças a Deus, não faleceu ninguém por causa dessa doença. No entanto, o período de pandemia pra mim foi muito difícil. Tive depressão e não saia de casa. Por outro lado, nos unimos ainda mais na minha comunidade.

Não perdi ninguém da minha família. Todavia, a minha mãe pegou Covid-19. Ela tem 54 anos. Cheguei a pensar que a perderia para essa doença, pois ela ficou muito mal. Então, pedi proteção ao senhor divino Espirito Santo e redobrei os cuidados com ela. Ainda bem, não fui infectada.

Por fim, a minha amada mãe se recuperou, está vacinada e muito bem de saúde. Deixo aqui o meu conselho a você que lerá o meu relato: vacine-se. Não esqueça a segunda dose nem a de reforço. A pandemia ainda não acabou, e precisamos unir forças para que esse período termine logo e possamos voltar à normalidade.