Eu me chamo Renata, tenho 37 anos e sou mulher trans. Sou natural do Tocantins, trabalho como cabeleireira, faxineira e realizo outras atividades para complementar a renda. Também sou estudante de enfermagem, nível médio.
Antes da pandemia, eu trabalhava como profissional do sexo. Porém, durante a pandemia, encontrei dificuldades, já que vários clientes “desapareceram”, o que me prejudicou bastante.
Esse cenário me fez começar a estudar o curso técnico em enfermagem para futuramente ter um complemento na minha profissão. Tenho vontade de fazer faculdade de estética, mas atualmente sobrevivo de ajuda com doações de alimentos e realizando trabalhos como diarista, cabeleireira ou levando pets para passear. Essa é a forma que encontrei para conseguir melhorar essa fase ruim e poder me sustentar, pagar aluguel e outras contas, bem como cuidar dos meus cachorros.
Com Covid-19 e sem contar com ajuda de ninguém
Por morar sozinha, tive a pior experiência quando peguei Covid-19, em setembro de 2021. Eu tive que “me virar”, já que pude contar com a ajuda de ninguém próximo, nem mesmo para de vizinho. Tive vários sintomas como febre, dor de cabeça, dores no corpo inteiro, diarreia, vômitos, tontura e calafrios. Esses sintomas duraram três dias.
Nesse período, fui a uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Lá fui bem recebida pela equipe de saúde, especialmente pela médica que me acolheu e me acalmou dizendo que ficaria tudo bem. Ela receitou os remédios e eu retornei para casa.
Após alguns dias, eu voltei à UBS consulta, pois estava com alguns desconfortos respiratórios. Com isso, a médica pediu um exame de raio-x do meu pulmão e constatou que não havia alterações, que “meus pulmões estavam limpos”.
Eu tive muito medo, mesmo com as duas doses da vacina. Nesse período, fiquei duas semanas sem trabalhar, mas já estou na ativa novamente. Fico feliz por estar viva e também por não ter perdido ninguém da minha família por Covid-19. Ter pego o vírus me ensinou que tenho que me cuidar mais e colocar minha saúde em primeiro lugar.