Sou voluntário na Associação Nariz Solidário, onde trabalho como palhaço em hospitais de Curitiba e região. Há cerca de um ano e meio que não sentíamos mais a energia e o amor das visitas presenciais, dos encontros, olhares e sorrisos.
De volta aos hospitais..
No mês de outubro voltamos para a nossa rotina de visitas aos hospitais. No meu primeiro dia foi difícil conter as emoções geradas pelos risos e olhares nos corredores do hospital.
Entrando nos quartos, não conseguia conter a vontade de passar pelos batentes das portas e me mudar para lá, ficar com as crianças até elas melhorarem e irem para casa.
“De palhaços para alteza”

Batemos em uma das portas para ver se podíamos entrar. Surpreendemo-nos com um olhar calmo, de uma moça que abriu a porta bem devagar para nós. Ao entrar, vimos uma princesa sentada em sua cama, com um arco que se parecia muito com uma coroa, ruiva, lembrando aquelas princesas da Disney.
Será uma princesa?
No início, ela estava tímida, e eu, na característica do Palhaço Frutuoso, ao lado de minha colega, Danila (Palhaça Jupira), começamos a conversar com ela, dizendo termos achado uma princesa.
Conversamos sobre a história de reis e rainhas, e seus olhos, sorriram por trás da máscara, como se sua alegria tivesse se transformado em um grande conto de fadas. Ao sair, descobrimos que quem abrira a porta havia sido a rainha, a mãe da nossa querida princesa. Reverenciamos a majestade e, ao fechar a porta, pudemos ouvir risos que ecoaram pelas paredes rochosas do castelo.
Relato produzido pela Associação Nariz Solidário para o 2º Edital de Fomento da Memória Popular da Pandemia