“Atendi uma menina, que sentia dor, e ensinei um remédio a ela”

Memória de Donatila Kuller

Benzedeira - São João do Triunfo, PR
E

E quantos anos a senhora tem dona Tila? Oitenta e nove. E aonde que a senhora mora? Cachoeira. Município de São João do Triunfo.

Pois na pandemia eu fiquei presa na casa, não saía, o neto levava receber, volta pra casa, daí não saí mais pra porta nenhum só na casa. E não aconteceu nada e as pessoas continuam procurando a senhora? Procuraram não parar. Ontem ainda veio uma senhora que trouxe uma menina ela gritando de dor de barriga. Daí eu ensinei remédio porque ou quer fazer mais que ela está com dor de barriga tinha que ensinar remédio. Remédio pra fortificar o estômago porque ela nem come mas não comia mais. E a senhora mudou o jeito da senhora recolher as pessoas, da senhora receber por conta do vírus? Não meu bem .Só que as pessoas chegam e o chimarrão não quer e daí a gente não faz nada só vê o que é que eles precisam. E usam máscara? Alguns vem de máscara, outros não vêem, vêm sem nada. Uhum! E a senhora não ficou com medo de receber as pessoas? Não fiquei com medo, não fiquei com medo de ninguém.

Relato de Donatila Kuller, produzido pelo Instituto de Educadores Populares para o 2º Edital de Fomento da Memória Popular da Pandemia

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